Muitas possibilidades de empréstimo disponíveis no mercado seduzem o consumidor a dar aquele passo maior em direção ao seu sonho de consumo.
Entre as tantas que se amontoam diante da clientela está o crédito consignado – que é conhecido, também, como empréstimo consignado. Ele funciona, inclusive, mais de acordo com o seu segundo nome, já que ele é um empréstimo feito com pagamento indireto, no qual cada uma de suas parcelas é deduzida, automática e diretamente, da folha de pagamento da pessoa física.
Instituições bancárias e financeiras são as responsáveis por conceder o crédito consignado, cuja duração para quitar o débito não deve ser superior a 72 meses (ou seja: seis anos). Além disso, seus juros e demais encargos são variáveis, de acordo com o valor contratado com a instituição escolhida pelo consumidor.
Aprendendo a lidar com o crédito consignado para evitar crises
A opção parece prática, mas o consumidor desavisado pode ter surpresas indigestas com o uso contínuo e despreocupado do crédito consignado.
Ronaldo Gotlib, consultor financeiro e advogado especializado nas áreas de Direito do Consumidor e Direito do Devedor, além de autor de livros, recomenda que o consumidor realize uma avaliação global do orçamento pessoal.
Ao separar a renda mensal das despesas, é possível ter uma visão real sobre como organizar a vida financeira e, assim, saber onde e quando gastar, e onde e quando economizar.
Mas, pela lei, a renda do consumidor está parcialmente protegida de abusos com o crédito consignado, já que não se pode comprometer mais do que 30% do total da renda do trabalhador com essa opção de empréstimo. Caso isso ocorra, o contratante tem o direito de ir à Justiça pedir pela suspensão de descontos que ultrapassem o porcentual máximo permitido pela legislação vigente.
Dessa forma, não adianta o consumidor entrar em desespero e se desfazer prontamente do bem adquirido para se livrar das dívidas. O planejamento é eficiente para antever e antecipar problemas com esses e, por isso, válido para tomar ações devidamente pensadas.
Por fim, com os gastos e renda divididos, e uma visão macro da situação estiver devidamente organizada, o passo seguinte é descobrir como reduzir as despesas e encontrar um valor substancial que ajude a reduzir o impacto da dívida.
Vale, também, a busca por um profissional especializado para auxiliar nessa tarefa. Uma visão de fora, e especializada no assunto, pode ser providencial, em alguns casos.